Durante um processo de perda ou ganho de peso existem vários métodos de avaliação da composição corporal que nos permitem avaliar se existe progresso ou não, sendo o mais básico de todos a pesagem com uma comum balança caseira.
Este é um objeto comum nas nossas casas, mas é capaz de provocar o medo e pânico na altura da pesagem, causado pela pressão de ver resultados positivos que suportem o esforço que foi feito. Quem já passou por este processo sabe bem a desilusão de um resultado menos bom, o que leva muitas vezes ao «trauma» da balança. Invariavelmente este objeto acaba «escondido» em algum armário para que não sejamos constantemente lembrados dos nossos maus resultados, adiando esse momento para a próxima (eventual) consulta com o nutricionista.
«Pesagens diárias, em dias alternados ou 3x por semana podem ajudar e muito a manter o foco diário na dieta»
Mas tem mesmo de ser assim? Para além da aderência à dieta e prática de exercício físico diário, uma das características comuns em pessoas que conseguem alcançar a perda de peso e mantê-la ao longo tempo é a monitorização frequente do seu progresso através da pesagem. Pesagens diárias, em dias alternados ou 3x por semana podem ajudar e muito a manter o foco diário na dieta, bem como levar a pessoa a ter consciência das suas variações de peso e do que as pode estar a causar, resultando numa relação bem mais interessante com a balança.
Primeiro é preciso lembrar que a balança só nos mostra o peso corporal total, não especificando se estamos a ganhar/perder gordura, músculo ou água, e que o nosso peso tem oscilações diárias perfeitamente normais, não nos devendo fixar numa só medição (boa ou má!), mas sim em valores médios semanais e na sua tendência de subida ou descida.
De fato, no dia a dia, muitas podem ser as razões para a flutuação do nosso peso corporal:
Desidratação
Consumo excessivo de sal (leva a retenção de líquidos)
Dano muscular pós-exercício (resulta em inflamação e retenção de líquidos)
Ganho/perda de massa muscular (no contexto da prática regular de exercício)
Ingestão excessiva de hidratos de carbono (por cada grama de glicogénio armazenado no músculo e fígado cerca de 3g de água acabam também armazenadas)
Conteúdo intestinal (refeições volumosas ao fim de semana e trânsito intestinal lento)
Stress (pela interação do cortisol com a aldosterona, hormona cuja ação leva à retenção de líquidos)
Ciclo menstrual (níveis aumentados das hormonas sexuais femininas levam frequentemente à retenção de líquidos e desregulação do trânsito intestinal)
«uma refeição de fast-food carregada de sal vai inevitavelmente ter consequências na pesagem do dia seguinte»
Perceber estas razões pode resultar numa gestão mais inteligente da alimentação diária, percebendo por exemplo que uma refeição de fast-food carregada de sal vai inevitavelmente ter consequências na pesagem do dia seguinte, mas que o peso voltará ao normal após o retorno à dieta.
Esta noção mais assertiva do que se passa com o nosso corpo tem a vantagem de nos dar mais controlo da situação, resultando numa relação mais lógica e menos sentimental com a balança.
Assim, resta perceber que uma viagem de perda de peso não é linear, mas feita de subidas e descidas ao longo das semanas/meses, uma viagem nada fácil, mas que com o acompanhamento correto pode ser facilitada.
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